A revista brasileira Veja, divulgará na sua nova edição semanal que começará a ser vendida hoje, a sua crítica referente ao sexto filme da série Potter, Harry Potter e o Príncipe Misterioso. A crítica é extremamente positiva, e destaca o facto de, pela primeira vez, um filme da série conseguir deixar de ser apenas diversão para ser tornar um verdadeiro cinema.
Por Isabela Boscov
"Depois de sete livros e cinco filmes, é desculpável que se tenha a sensação de que tudo o que se poderia dizer sobre Harry Potter já foi dito. E mais de uma vez, eis então, que algo inesperado acontece: com apenas alguns ajustes, Harry Potter e o Príncipe Misterioso (...), consegue fazer com que algo tão familiar soe novo, diferente e mais instigante do que em qualquer das aventuras anteriores – em filme ou em livro. O sexto episódio da série é aquele em que Alvus Dumbledore (Michael Gambon), director da escola de Hogwarts, obrigará Harry (Daniel Radcliffe) a mergulhar nas várias memórias sobre o vilão Voldemort que, no decorrer de anos, ele coleccionou em frascos cristalinos. As lembranças, porém, não são nada menos que turvas: elas mostram como Voldemort, mesmo quando ainda se chamava Tom Riddle e era um rapaz órfão e desprezado, já emitia sinais inequívocos de ameaça – que o próprio Dumbledore subestimou. E revelam também que, já poderoso, Voldemort encontrou uma maneira indescritivelmente depravada de se preservar da morte. O impulso da história, portanto, é funebre e incómodo. E são essas as características que David Yates, em uma evolução inqualificável desde o episódio anterior, que também dirigiu, trata de acentuar, até que elas contagiem também os momentos ligeiros do enredo – momentos de calmaria nos quais a desordem nunca demora a intrometer-se .
David Yates já está filmando o último episódio de Harry Potter (que, por ser muito longo, será dividido em duas partes). Se prosseguir nesse aperfeiçoamento, poderá encerrar a série numa chave de facto memorável – o que Príncipe Misterioso já passa bem perto de ser. Nem tudo é perfeito, claro. Num filme tão dominado por Gambon e Broadbent, os limites dramáticos de Daniel Radcliffe ficam, se possível, ainda mais evidentes. Mas isso, sim, já é notícia antiga."
Obrigado Oclumência!